Sejam benvindos ao Blog da disciplina de Biogeografia.

Professor responsável: Carlos Augusto Figueiredo (Núcleo de Gestão Ambiental . UNIRIO).

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IMPORTANTE

Confiram o novo calendário no índice de aulas 2010. A prova final será dia 16 de julho!

Atenção! Você pode optar por fazer um trabalho individual que substitui a nota da segunda prova.
Lembre-se que na segunda prova constará toda a matéria da disciplina. Esta prova será com consulta e com duração de 4 horas.

sexta-feira, abril 13, 2007

2a. Aula – História da Biogeografia

O Livro do Gênesis

Eden, Torre de Babel e o Dilúvio

  • EDEN

  • Primeira profissão: Taxonomista

  • Origem da Idéia do Centro de Origem e Dispersão

  • Santo Agostinho (Séc. V) e o Problema das Barreiras à Livre Dispersão

    • A interpretação literal do Gênesis (início do Sec. V)

    • Animais carregados por anjos (!?) entre as ilhas após a criação no Eden

    • Antípodas e as Zonas climáticas latitudinais da Terra

  • Pseudoaugustinus (Séc. IX e X) – primeiro postulado de pontes intercontinentais

    • Existiria uma ponte entre a Europa e Irlanda, que permitiu a dispersão dos animais.

    • Descoberta das Américas obrigou os Biogeógrafos a postular novas hipóteses sobre a dispersão animal

    • Ressurgimento da Atlântida de Platão como solução para o enigma

  • Athanasius Kircher (1675) Arca Nöe

    • Todos os animais couberam na Arca? E os animais das Américas?

    • Animais puros vs. animais impuros

  • Athanasius Kircher (1675) A Torre de Babel

    • Dispersão dos diversos povos humanos

O “Sistema Naturae” e O Aumento da Terra Habitável

Karl von Linné (Carolus Linnaeus, 1744)

  • Descrição das espécies com base em “tipos” fixos

  • Cada ser surgiu da criação de um único “par sexuado” pelas mãos do Supremo Artífice;

  • A totalidade da terra firme, na infância do mundo foi submergida pelas águas, exceto uma única ilha – nocão de CENTRO DE ORIGEM

  • A Terra aumenta a cada ano e o continente dilata seus limites.

    • Seguindo a observação de Linnaeus de que a própria península escandinava estava se erguendo e acrescentando território ao continente.

  • O “Paraíso” estava situado no Equador e era constituído de um monte elevado, que apresentaria todas as variações climáticas necessárias para a vida dos diversos animais encontrados hoje e os tipos de solo necessários para os diversos tipos vegetais

  • Linnaeus:

Animais e plantas em locais de ecologia semelhante, em diferentes continentes, pertencem à mesma espécie

Histoire Naturelle” e Épocas da Natureza

Georges-Louis Leclerc, Conde de Buffon

  • Pela primeira vez considerada a variabilidade vs. a fixidez das espécies

  • LEI DE BUFFON” porposta por Humboldt contraria o postulado de Linnaeus:

Animais e plantas em locais de ecologia semelhante, em diferentes continentes, pertencem à mesma espécie

  • Degeneração dos Animais diminuição do corpo

    • Bisões; Alces, Renas e Cervos; Felinos; Lobos, Raposas; Pecari (porcos na Eurásia) – comuns entre velho e novo mundo

    • Lhamas; Tamanduás; Anta; Cabiai (Capivara)

    • Cangambás – “aperfeiçoados” para pior

  • Pela primeira vez é sugerida a união da África à América do Sul. Mantendo assim a possibilidade do antigo continente ser o centro de origem de todos os animais (mamíferos)

  • Geração dos Animais – moléculas orgânicas e moléculas físicas

GERAÇÃO ESPONTÂNEA

  • Épocas da Natureza – Sete Épocas culminando com o Homem

Assim como na história civil consultam-se títulos, pesquisam-se medalhas, decifram-se inscrições antigas, para determinar as épocas das revoluções humanas e constatar as datas dos acontecimentos morais, da mesma forma, na História Natural, devem-se perlustrar os arquivos do mundo, tirar das entranhas da terra os velhos monumentos, recolher-lhes dos restos e juntar, em um corpo de provas, os indícios das mudanças físicas que podem fazer-nos remontar às diferentes idades da natureza.”

Surgimento da “Geografia Botânica

  • Barão Humboldt 1805

    • Viajou pelo norte da América do Sul, Antilhas e México

    • Ascenção do Chimborazo no México

    • Sucessão de flora altitudinal semelhante à latitudinal

    • Mapeamento do mundo em formações vegetais

    • Invenção de linhas isóbaras e isotermas

    • Pai da “Geografia Botânica” (apesar de inspirado em Georg Foster e Karl Willdenow

  • Cunhado o termo “ENDEMISMOAugustin Pyramus De Candolle 1820

    • Revisão exaustiva do conhecimento em “Geografia Botânica” até sua época;

    • Luta pela sobrevivência” entre as plantas, citado mais tarde por Darwin

    • Distingue “Estações” e “Habitações”

Estações: condições de luz, umidade, temperatura, sazonalidade, etc.

Habitações: Delimitadas por barreiras naturais: mares, desertos e grandes cadeias de montanhas. Suplantadas por quatro possíveis causas de transporte: o movimento das águas, a atmosfera (ventos), os animais, o próprio homem

  • Confirma mais uma vez a Lei de Buffon

  • Determina 20 “Regiões Botânicas”

Primeiro defensor do Mutacionismo

Jean Baptiste Lamark 1809

  • Lamark foi precursor das idéias de Darwin;

  • No entanto acreditava em um evolução ortogonal ou teleológica (direcionada) como proposto na “Scala Naturae”

  • Como pregado desde Pitágoras, Lamark não questionava e até se baseava em dois pressupostos importantes:
    Herança de Caracteres Adquiridos

    e

    Geração Espontânea

Catastrofismo de Cuvier

e suas conseqüências biogeográficas

  • Lei da correlação das formas

  • Fixidez das espécies – comprovada pelas múmias de animais egípcios

  • Quatro tipos fundamentais de organização – vertebrados, moluscos, aritculados e radiados

  • Princípio das condições de existência ou Causas finais – “Nenhuma coisa pode existir a não ser que contenha as condições que tornam sua existência possível”

    • Inexistência de espécies intermediárias no registro fossilífero corrobora a fixidez das espécies

  • As Revoluções do Globo Terrestre – Eras geológicas aparentes em estratos diferenciados. Cada estrato corresponderia a intervalos com biota própria, intercalados com eventos catastróficos.

    • os primeiros organismos, mais simples, presentes nos estratos mais antigos, iam tornando-se mais complexos em estratos sucessivos. Mas sempre obedecendo os quatro tipos fundamentais de organização

  • Em seu trabalho Cuvier não cita a “criação divina” como fonte das sucessivas biotas, mas seu trabalho foi interpretado dessa forma, uma vez que ele não adimitia a mutabilidade das espécies, mas sim sua fixidez.

O Pai da Zoogeografia

Alfred Russel Wallace

  • Grande viajante e coletor, observou a fauna e flora de diversos continentes;

  • Regiões ou “Reinos” zoogeográficos (Ecozones)

  • Linha de Wallace

Teoria Evolutiva

Charles_Darwin, 1809-1882

  • Viajou durante 6 anos a bordo do Beagle;

  • Coletou amostras e observações que o levaram à criação da “Teoria Evolutiva”;

  • A Evolução biológica se daria através do mecanismo de
    Seleção Natural”;

  • Darwin observou os tentilhões (Link recomendado) nas ilhas Galápagos;

    • Observou a variabilidade na forma dos bicos relacionada à disponibilidade de alimentos e conseqüente dieta dos tentilhões

    • O isolamento geográfico junto com condições ecológicas específicas proporcionou a diferenciação, levando à especiação da forma original de tentilhão

Alfred Wegener, 1912

Físico e Meteorologista Alemão que porpôs o conceito da “Deriva Continental” (ver também este PDF) em 1912. Este conceito foi expandido em 1915 no seu livro “A Origem dos Continentes e Oceanos”. Sua teoria era comprovada por um conjunto de dados impressionante.

Aparentemente os cientistas não entenderam suficientemente que todas as Ciências da Terra devem contribuir com evidências para desvendar o estado de nosso planeta nos primeiros tempos, e que a verdade sobre o assunto apenas pode ser alcançada pela combinação de todas essas evidências.”

Panbiogeografia

(link em Espanhol)

Leon Croizat, 1958

  • Rastros ou traços biogeográficos individuais – correspondem a linhas unindo pontos geográficos com registro de ocorrência de uma determinada espécie

  • Generalized Track” – Rastros ou traços generalizados;

  • Croizat foi o primeiro a propor que a especiação ocorre após a separação geográfica das espécies – mais tarde esse conceito se consolida como especiação alopátrica

Cladistic Biogeography

Hennig, 1969

  • Prescindiu do desenvolvimento da sistemática filogenética ou Cladística – desenvolvida por Hennig em 1950, 1966 e 1968

  • Unida a Deriva Continental de Wegener e a Tectônica de Placas

    • Comprovada por pesquisas Paleomagnéticas;

    • Estudo do Fundo do Oceano;

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Bibliografia

  • BROWN, J. H. & M. V. LOMOLINO, 2006. Biogeografia 2ªed. rev. e ampl 691p. FUNPEC, Ribeirão Preto.
  • COX, C. B. & P. D. MOORE, 2005. Biogeography - An Ecological and Evolutionary Approach. 7a. edição, Blackwell Publishing, Malden, MA, pp:428
  • FUTUYMA, D. 1998. Biologia Evolutiva, 3a edição, Sinauer Associates
  • PAPAVERO, N. & J. BALSA, 1986. Introdução histórica e epistemológica à biologia comparada, com especial referência à biogeografia. I – do Gênesis ao fim do Império Romano do Ocidente. Sociedade Brasileira de Zoologia, Belo Horizonte, MG. pp:168
  • PAPAVERO, N., D. M. TEIXEIRA & J. LLORENTE-BOUSQUETS. História da biogeografia no período pré-evolutivo. FAPESP/Plêiade, São Paulo, SP. pp:258

Professores

Prof. Carlos Figueiredo é o professor ministrante da disciplina neste semestre e é Zoologo, Ictiólogo e professor do Curso de Ciências Ambientais da UNIRIO. É também responsável pelas disciplinas de Gestão Ambiental, Perícia Ambiental e Certificação e Auditorias Ambientais.


Prof. Ricardo Campos da Paz irá complementar o curso com algumas palestras e aulas isoladas. Ricardo é Zoologo, Ictiólogo, especialista em peixes da Ordem Gymnotiformes e chefe do Laboratório de Ictiologia Neotropical (LABIN) na Escola de Ciências Biológicas da UNIRIO